Na CRVC nunca são felizes as despedidas, mas o sentimento é sempre de satisfação de mais uma missão cumprida, bons momentos proporcionados e do avançar um novo passo adiante. O Chateau Coração de Mãe amanheceu num domingo de sol radiante e com um café da manhã sem café, porém farto com a pizza e as empadinhas requentadas da noite anterior. Afinal, quem precisa perder tempo em padaria quando há sobras tão nobres para se devorar? Estômagos forrados, bagagens arrumadas nas Vespas, surgiu a ideia da descida ser feita passando-se por Itaipava, o que acrescentaria ao itinerário algumas dezenas de quilômetros.
Alguns com mais e outros com menos folga de tempo para chegar no Rio, o grupo acabou se dividindo em dois: Pikyto, Gustavo e Felipe foram direto para casa; e Ricardo Grão Mestre, Risso, Rodrigo e Leo Dueñas esticaram a aventura passando por Itaipava, descendo a serra pela Rio-Petrópolis. Despedidas feitas numa encruzilhada próxima ao chateau, uma recolocada na tampa lateral da PX200 do Pikyto e os grupos se separaram. Faltaram registros fotográficos do trio que desceu pelo caminho mais curto, então o que se segue é o relato do quarteto e sua esticada de passeio.
Não rodados poucos minutos pela BR-495 e o grupo foi parado por uma barreira da PMERJ mas, em seguida, com o repetido aviso de que "a PRF vai pegar vocês lá na frente", seguiu-se adiante. Dito e feito, alguns quilômetros depois uma barreira da PRF solicitou que as Vespas estacionassem. Estava acontecendo uma prova de ciclismo em meio a estrada e as ordens eram reter todo o tráfego até que a mesma acabasse, só que Vespas não são velozes e ameaçadores automóveis, ainda por cima as bicicletas só estavam utilizando um trecho mais adiante. Eis que então toma a palavra Risso, que com seu dom do convencimento conseguiu uma liberação, com os devidos conselhos de "vão devagar pela beirada".
Enfim e terceira e última parada compulsória, desta vez pela PRF e também pela estrutura da linha de chagada da prova de ciclismo. As Vespas chegaram no exato momento em que o primeiro lugar masculino cruzava a linha de chegada. Desta vez não havia argumento, a situação exigia que se aguardasse a liberação, mesmo que parcial, da pista. Os confrades aproveitaram então para admirar as bikes tecnológicas e bater um papo com os policiais de serviço no local.
Gritos da organização do evento avisando que era para todos os ciclistas tomarem o rumo descida da estrada pois a mesma seria liberada ao tráfego. Em meio a dúzias de bicicletas as Vespas foram descendo na banguela, com motores desligados, apenas com o som do vento nos ouvidos e a ação da gravidade puxando as motonetas adiante.
A farra da banguela foi muito boa até que a inclinação cessou e as PX200 foram parando. O Grão Mestre, que deixou a torneira aberta, fez o grupo parar um pouco até desafogar o motor, aumentando ainda mais a interação com os ciclistas, que passavam sorrindo avisando que "uma lambretinha parou" e coisas do gênero
Passou-se direto por Itaipava, pois a parada estava programada para mais adiante. Tomou-se a Estrada da Vargem Grande, quase toda fechada pela mata, ladeada por um rio, onde se encontra um haras e o destino dos confrades: o
Restaurante Trutas do Rocio. Ceviche, patê e bolinhos de trutas produzidas no próprio local
encerraram o passeio, que depois disso só foi interpelado pelo
abastecimento das máquinas.
Que se repitam novos TERÊ VESPA, pois o
primeiro foi irretocavelmente um sucesso! A CRVC pode hoje ser considerada um grupo também com vocação de estradas e roteiros mais longos virão nos próximos meses.
[Imagens: (1, 2, 4-14) Leonardo Dueñas; (3) Paulo Pikyto; (15) Ricardo Castellões]